Triângulo Defensivo de SC: conheça as fortalezas que protegiam a ilha

Quem se aproxima das belas praias e do mar esmeralda e azulado de Santa Catarina não imagina que o estado já foi palco de construções responsáveis por manter a segurança do país, evitando a tomada pelos espanhóis na época da coroa portuguesa. Por mais que esse tipo de conteúdo pareça estar, na maioria dos casos, nas folhas dos livros, em Florianópolis é possível visitar os locais que formam o triângulo defensivo de SC.

Construídas no século XVIII, tudo começou quando o governo da época identificou a chance de perder o território para os inimigos. Por se tratar de um local com uma vasta quantidade de água e até mesmo de ilhas, o mecanismo de defesa foi pautado em montar uma armadilha que fosse capaz de encurralar e proteger o estado de diversas frentes de ataque. Quer conhecer cada um desses locais e saber como pode ser feita a visitação em cada ponto? Então, confira o conteúdo até o final!

A Fortaleza de Anhatomirim faz parte do triângulo defensivo de SC
A Fortaleza de Anhatomirim faz parte do triângulo defensivo de SC

A história na vida real

Aproveitar um dia de passeio e conhecer de perto aqueles locais que carregam um pouco da história de povos antigos pode ser uma oportunidade de descobrir novas paisagens, mas também de compreender o contexto que existia no país há anos. No caso de Santa Catarina, o sistema defensivo conhecido como “triângulo de fogo” começou a ser projetado em 1739 pelo engenheiro militar português José da Silva Paes, que também foi o primeiro governador da capitania.

Naquela época, foram projetados os seguintes pontos: Fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa e Santo Antônio de Ratones — Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba foi uma quarta construção, projetada para defender o sul da ilha.

Triângulo defensivo de SC: por que essas fortalezas foram construídas?

Vale mencionar que, nessa época, os portugueses dominavam a região, mas os espanhóis desejavam a área, o que impulsionou a criação do triângulo defensivo de SC. A ideia de manter cada um dos pontos sob vigilância era formar um sistema capaz de avistar e atingir os barcos de diversos pontos estratégicos, criando um triângulo de ataque para impedir a chegada até a ilha e a tomada de território.

Atualmente, os espaços são gerenciados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e há uma taxa de visitação para acessar os locais. Vale ressaltar que os pontos são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As datas para visitação e a forma de acesso podem variar de acordo com cada fortaleza, por isso é importante compreender a rota adequada para planejar o seu passeio.

Nesse processo de defesa e de assegurar que o espaço seria de domínio da coroa, foram criadas outras fortalezas com o objetivo de manter a segurança em outros pontos da região. Entretanto, com o passar do tempo, as construções foram sendo esquecidas — fator que fez com que muitas tivessem a estrutura comprometida, inviabilizando visitas e a reconstrução histórica dos monumentos.

Conhecendo as fortalezas


Agora que foi possível compreender um pouco da história e dos motivos que incentivaram as edificações, o próximo passo é descobrir as características de cada uma e quais são as formas adequadas para visitar o triângulo defensivo de SC.

A entrada da Fortaleza de Anhatomirim é um cartão-postal adorado pelos visitantes
A entrada da Fortaleza de Anhatomirim é um cartão-postal adorado pelos visitantes

Anhatomirim

Localizada na cidade de Governador Celso Ramos, essa fortaleza era responsável por proteger a entrada da Baía Norte da Ilha de Santa Catarina. Anos após a defesa contra os espanhóis, o mesmo local passou a ser utilizado para exilar aqueles considerados contrários ao governo de Marechal Floriano Peixoto (1891–94) — presos políticos foram mantidos no local e depois mortos por aqueles que serviam ao Estado.

Conhecida por ser a maior das fortalezas, o espaço conta com uma arquitetura que desperta a atenção dos visitantes, que podem conhecer a história do local enquanto observam as construções e a vista. O acesso deve ser feito pelo mar, portanto, é preciso selecionar um barco ou escuna que faça o trajeto. Algumas embarcações saem do Centro de Florianópolis ou de Canasvieiras, enquanto outras partem de Governador Celso Ramos.

Por ser um patrimônio tombado e contar com o gerenciamento da UFSC, a edificação pode ser visitada com segurança e tranquilidade, já que o projeto de reconstrução de algumas partes é feito há décadas — a entrada é liberada apenas nas áreas seguras, com orientação dos guias.

São José da Ponta Grossa

Situada no norte de Florianópolis, próxima ao bairro Jurerê, esse é um dos locais que podem ser visitados a pé. Com uma construção no topo, a vista pode ser apreciada por aqueles que decidem fazer o passeio. A casa mais alta oferece a oportunidade de avistar as demais fortalezas, identificando o triângulo defensivo de SC.

Uma curiosidade do espaço é que as edificações estão destruídas em níveis diferentes. Ou seja, em cada faixa é possível observar paisagens distintas e compreender como a estrutura foi pensada, de forma que o comandante ficasse no ponto mais alto, enquanto os presos permaneciam no nível mais baixo.

A edificação também é cuidada pela universidade federal, e para ingressar no local é preciso pagar uma taxa de visitação. Para aqueles que gostam de aproveitar a praia após um passeio histórico, a fortaleza fica próxima da Praia do Forte — uma opção de diversão para curtir com a família.

Ratones

Localizada na Ilha de Ratones Grande, essa, assim como as outras duas fortalezas, faz parte do grupo selecionado para compor o Conjunto de Fortificações Brasileiras, incluído na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO.

Aqui, todos os espaços foram construídos na mesma linha, de forma que a vista principal fosse o mar. Uma curiosidade do espaço é a forma como a construção foi idealizada para captar água da chuva, fazendo o aproveitamento pluvial. Assim como a primeira indicação do triângulo defensivo de SC, o acesso deve ser feito por barco, com a opção de passeio que já conta com a parada no trajeto.

A escuna é uma das opções para conhecer o triângulo defensivo de SC
A escuna é uma das opções para conhecer o triângulo defensivo de SC

A importância cultural e turística

Para aqueles que gostam de conhecer espaços históricos e um pouco daquilo que foi vivenciado por quem habitava o local há séculos, o passeio pelas fortalezas é uma forma de se conectar com o passado de forma real, entendendo aquilo que está nos livros. Com paisagens exuberantes, o ponto também é ideal para um passeio em família, como uma forma de unir turismo e conhecimento.

Uma dica que pode facilitar a visitação é a procura pelos valores que devem ser pagos em cada uma das fortalezas e os horários de funcionamento. Opte por roupas mais confortáveis para aproveitar o passeio — e não esqueça de registrar cada um dos momentos.

A Maresia Turismo Náutico te leva em passeios diários pela Baía de São Miguel, em Governador Celso Ramos, a bordo de uma escuna equipada. Durante o trajeto, você terá a oportunidade de conhecer a histórica Fortaleza de Anhatomirim e Fortaleza de Ratones, com acompanhamento de guia para tornar a visita ainda mais rica.

O passeio dura cerca de 3 horas, com saída a partir do trapiche da Baía dos Golfinhos em Governador Celso Ramos, microrregião de Florianópolis. Os valores variam entre R$ 75 e R$ 180 por pessoa, conforme a época do ano — crianças de 6 a 12 anos pagam meia-entrada! Que tal conhecer de perto as fortalezas que contam a história do nosso litoral? Fale com a gente pelo WhatsApp (48) 9190-8525 ou acesse a aba Passeios e Serviços aqui em nosso site.

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